Golpistas digitais voltaram a utilizar a modalidade chamada CryptoRom, os golpes são realizados mediante aplicativos de namoro (Dating) com a finalidade de obter vantagens ilícitas no comércio de criptomoedas.
A técnica de engenharia social nestes tipos de ataque induzem as vítimas a instalarem aplicativos falsos de operações em criptomoedas nos telefones móveis (Iphone e Android).
Segundo André Carneiro, Diretor da Sophos no Brasil, inicialmente os casos foram identificados no final de 2021 em usuários na Ásia e recentemente retornaram com técnicas mais sofisticadas e de nível global.
Dessa forma, as vítimas alvo são os usuários das plataformas de redes sociais e apps de namora, tais como Tinder, Facebook, Instagram, entre outros.
Após contato, as conversas são posteriormente transferidas para apps de mensagens, como o Telegram, na tentativa de aproximação entre o atacante e a vítima.
Assim, avançando os diálogos sobre assuntos de investimentos, momento a qual os falsos aplicativos de negociação das criptomoedas são instaladas através das lojas virtuais nos celulares das vítimas, confiantes e ludibriadas nas propostas de retornos financeiros rápidos.
Os atacantes solicitam pequenas quantias inicialmente de transferência, que por meio de uma compra legítima de criptomoedas (usando o Binance, por exemplo) e posteriormente os ativos (criptomoedas) são transferidas para os aplicativos de negociações falsas.
Nessa ferramenta falsa, são gerados supostamente lucros rápidos e atrativos, visando fortalecer o convencimento da vítima, no sentido de acreditar que está realizando investimentos de alto retorno, tendo inclusive casos, que uma certa quantidade do investimento fosse resgatada, tudo isso para aumentar a credibilidade do ataque.
Acentua-se que este tipo de golpe no qual a vítima é induzida a dar continuidade nas investidas dos atacantes, sem nenhuma correlação com o mercado regulado, pode causar prejuízos milionários.
Para o FBI, essa modalidade de golpe romântico envolvendo criptomoedas teve um crescimento em 2021, principalmente entre 1 de janeiro e 31 de julho. Foram mais de 1.800 reclamações de vítimas registradas, relatando perdas de US$ 133 milhões de dólares, cerca de R$ 700 milhões.
“O FBI alerta para uma tendência crescente em que os golpistas fraudam as vítimas por meio de fraudes românticas on-line, persuadindo indivíduos a enviar dinheiro para supostamente investir ou negociar criptomoeda. De 1.º de janeiro de 2021 a 31 de julho de 2021, o FBI Internet Crime Complaint Center (IC3) recebeu mais de 1.800 reclamações relacionadas a golpes de romance online, resultando em perdas de aproximadamente US $ 133.400.000.”
Muito embora, com todos os sistemas de segurança das Lojas Virtuais (Apple Store e Goolge Store), não há como afirmar que estas medidas impeçam que as vítimas possam baixar aplicativos falsos, uma vez que estes criminosos do CryptoRom estão mudando suas técnicas, visando contornar o processo de revisão das lojas virtuais das plataformas.
Por fim, é importante que os usuários tenham conhecimento que nem tudo que brilha é ouro, devendo desconfiar de propostas de enriquecimento rápido e fácil, pois a técnica de engenharia social vem incrementando alternativas para os golpistas, e consequentemente atraindo novas vítimas.
Caso desconfie ser vítima de qualquer modalidade de estelionato sentimental, a melhor atitude a tomar é: i) bloqueie a pessoa, iii) denuncie-a no site onde você se encontrou, iii) denuncie à autoridade policial (DRCI).
Como evitar os golpes?
- Para evitar se tornar vítima desses e outros golpes com criptomoedas, é preciso ter em mente as seguintes dicas:
- Não forneça dados pessoais para uma entidade que está oferecendo algum serviço que não foi solicitado;
- Desconfie de ofertas que prometem lucros exorbitantes em pouco tempo;
- Ative a autenticação em duas etapas em todas as contas de criptomoedas que você possui;
- Descarte qualquer “oportunidade” de investimento que exija um pagamento adiantado;
- Nunca baixe aplicativos de lojas não oficiais.
Em caso de dúvidas, consulte um Advogado/Escritório especializado em Crimes Cibernéticos ou Crimes Modernos.
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